Hoje vou expor alguns aspectos inerentes à personalidade feminina. A mulher desde a sua adolescência tem o hábito de fantasiar sobre ídolos, pois os veículos de comunicação ao longo dos tempos têm uma grande parcela de culpa nessas fantasias.Antigamente as mulheres tinham o hábito de ler romances em séries, se transportavam para as mais inusitadas histórias e sonhavam dia e noite com o “mocinho” que fazia par com a protagonista da história.
Com a evolução vieram as fotonovelas... As mulheres com a minha faixa etária com certeza sabem do que estou falando, as mais novas cabe uma breve explicação: fotonovelas, como o próprio nome já diz, eram histórias baseadas em uma série de fotografias com personagens e um enredo bem resumido. Isso foi uma febre nos anos 70 e havia até revista especializada no tema como a famosa revista “Melodias”, claro que em meio a uma série de fotos, todos torciam pela mocinha acabar com o galã da história, já que sempre havia megeras tentando atrapalhar o romance no decorrer dos acontecimentos.
As fotonovelas foram dando lugar as novelas transmitidas pela TV, afinal de contas era uma época que não contava com a gama de lazer e divertimento que possuímos hoje, daí as pessoas se acomodavam na sala num importante acontecimento diário aguardando o início das novelas, que eram a princípio em preto e branco, aliás apenas os lares mais modernos é que possuíam uma TV com uma espécie de tela protetora na frente com faixas multicoloridas, imitando um arco-íris. Talvez essa seja uma das explicações para o crescimento do número de pessoas que usam óculos desde aquela época...
As moças de família evidentemente se transportavam de corpo e alma numa espécie de transe para assumir o papel da protagonista da história.
Se a mocinha era feliz, a fiel telespectadora também era, e assim por diante. Então há muito tempo o imaginário mexe com a mente feminina, ainda mais quando recordamos que tanto os galãs das fotonovelas, quanto os das novelas televisivas eram homens maravilhosos como diriam naquela época (um pão) que não é um pão francês, nem um pão de cará, mas era uma gíria usada na época para expressar: homem bonito, gato, e como diriam as mais atrevidas “o gostosão”.
E com a vinda da TV além das fotonovelas veio a música, ao bom estilo Jovem Guarda (uma espécie de mania) daquela geração.
O tempo passa, mas as situações se esbarram mesmo num futuro distante daquela época.
Até hoje em dia com a era dos DVDs, do cinema com salas ultra modernas e confortáveis, das novelas cheias de efeitos especiais, dos romances que podem ser comprados via internet, as mulheres ainda carregam consigo o mesmo romantismo daquela época.
Ainda sonham (muitas vezes caladas) em estar naquela tórrida cena de amor com seu ídolo que há anos atrás poderia ser Anselmo Duarte, e nos dias de hoje, nada menos que Reynaldo Gianechini ou até mesmo Rodrigo Santoro. E os cantores? Esses até hoje são absolutamente eternizados no coração e nas mentes de muitas mulheres. Qual mulher romântica não sonhou estar dançando com seu ídolo musical num lugar completamente vazio onde fosse capaz de subtrair-lhe beijos intermináveis? Uma das diferenças com relação ao tempo passado e presente acho que consiste justamente no comportamento feminino. As mulheres antigas acho que eram mais arrojadas e atiradas com seus fãs do que as de hoje. Ou melhor dizendo: muitas mulheres hoje, já casadas, mães de família, não poderiam “pagar um mico” de ficar gritando LINDO durante um show do seu ídolo pois tal atitude a transformaria numa menina rebelde de 16 anos...
Críticas a parte... O que todos diriam a seu respeito caso deixasse aflorar em você aquela rebelde adolescente que expressou toda a vontade de agarrar seu ídolo e roubar-lhe um beijo num abraço interminável durante um show causando inveja a todas demais?
Assim como aconteceu com a moça que subiu ao palco no recente show do U2 na sua turnê pelo Brasil, onde Bono Vox o vocalista da Banda lhe dera tanta atenção trazendo ao delírio a multidão de fãs que os assistiam, causando uma inveja feminina a nível nacional, digna de assunto de pauta no famoso Jornal Nacional...
Você vai ao show do seu ídolo?
Não pode revelar a ninguém que é sua fã incondicional?
Assiste seu DVD escondido dos seus familiares e fica cantando e dançando feito uma alucinada pela casa?
Olha-se no espelho, imaginando fazer parte do show? Sendo beijada e acariciada pelo integrante da banda que é seu ídolo até a morte?
Tem vergonha de pagar um mico indo pedir um autógrafo certo?
Caso você tenha se identificado com as situações acima...vamos a uma série de artifícios que poderão ajuda-la a aproximar-se do seu tão sonhado ídolo.
Você descobriu que haverá um show em sua cidade. Não perca tempo... incorpore o famoso Sherlock Homes e entre em ação. Primeiro passo é saber o hotel que vão se hospedar... Descobriu? Ótimo! Podemos começar por aí. Vale tudo (ou quase tudo). Tente se hospedar um dia naquele local, já faça amizade com metade dos funcionários do estabelecimento, que isso poderá ser útil no grande dia! Atenção: seja generosa em suas gorjetas, jamais vão lhe esquecer...
Vá ver o local do show... Finja ser decoradora, cuja cliente pediu uma decoração idêntica ao local, e já vá fazendo amizades por lá... todos os trunfos devem ser guardados!
Afinal o grande dia chegou! Você lá com o “maridão” discretíssima...chiquérrima, absolutamente bem vestida e poderosa para assistir ao show do seu ídolo... Toda calma nessa hora. Mãos suando frio... quando seu ídolo entra no palco você sente uma vontade louca de subir na cadeira e gritar EU TE AMO, LINDO e uma série de palavras que você sonhou a vida inteira em declamar pra ele!!! Mas deve se conter. Você já conhece o local....no final do show diga ao marido que vai beber água....e corra para o camarim minha amiga! Você deve ser uma mulher precavida....na sua enorme bolsa chic deverá conter no mínimo três tipos de disfarces dignos de romances de Ágatha Christie que mortal nenhum a reconheceria sob nenhuma hipótese.
O primeiro deles seria de uma enfermeira com maleta básica na mão, estetoscópio, aparelho de pressão fingindo ter sido chamada imediatamente para examinar o ídolo...
O outro bom disfarce é também de uma mulher poderosa do mundo árabe...vista uma burca, ensaie dialetos sem nenhum sentido (invente até um novo idioma se for o caso) e vá se dirigindo ao camarim como se fosse a mulher mais poderosa do mundo petrolífero...
E a alternativa pode ser de excêntrica decoradora carregando uma tela maravilhosa de Van Gogh fingindo ser encomenda do seu ídolo vinda diretamente de uma galeria de arte de Paris ou carregue ainda um tapete persa de origem turca, claro que você não deve esquecer de seu sobre-tudo ao melhor estilo inglês para não levantar suspeitas...
Nessas alturas do campeonato vale tudo... os astros também possuem suas excentricidades, são capazes de exigir menus absolutamente duvidosos em seus camarins, como ainda exigirem dúzias e dúzias de toalhas, como até uma cesta de basquete....coisas de ídolos....O seu ídolo está chegando? Mãos a obra e boa sorte pra você, afinal de contas....pra chegar próximo ao seu ídolo como cantaria Tim Maia... "Vale Tudo" .
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