abril 01, 2006

Sophia em: Filhos Adolescentes = Adrenalina pura!


Amigas leitoras: O tema a respeito de filhos é cheio de controvérsias.
Escrevi essa crônica não pensando apenas nas mães mas em toda mulher que sonha um dia com a maternidade. Porque crianças são muito parecidas sob muitos aspectos e quando chegam a fase da adolescência as coincidências são ainda mais evidentes, é aquela velha frase que diz “são todos iguais, mudam apenas de endereço”. Tudo começa num mar de rosas. Você descobre que está grávida. A primeira reação é de euforia, afinal de contas constatar que dentro de você há um ser que está se desenvolvendo traz uma sensação de “poder”, e meio a pensamentos absortos você se pega imaginando aquele ser tão delicado, cheiroso, com carinha de manha pedindo proteção através de seus olhinhos brilhantes. Os meses vão passando sua barriga crescendo, e o senso de responsabilidade por uma vida dentro de você vai aumentando assustadoramente, acho que daí que vem as inseguranças das futuras mamães. Aquela criaturinha ainda nem veio ao mundo e você já é capaz de enfrentar nações inteiras para defendê-la! E chega o grande dia. Uma dor aqui, outra acolá você pensa que é seu último dia na face da Terra, e de repente nasce seu “rebento” ! Aquele choro soa como o badalar dos sinos anunciando uma boa nova . É como se uma fada com sua varinha de condão eternizasse aquele instante.
Você vai pra casa e começa a grande maratona de fraldas, amamentação, cólicas, e a rotina normal que um bebe traz à sua família.
O tempo vai passando e o seu “rebento” vai crescendo, adquirindo personalidade própria, e são inevitáveis as comparações com esse ou aquele membro da família. Nem é preciso dizer que para a mãe que todas as qualidades inerentes aos seus filhos são herdadas da sua família como inteligência, vivacidade, esperteza, etc. e tal e os defeitos como gênio difícil, birra, mal humor com certeza estão ligados aos genes do pai...
Tudo isso é sempre falado a meia boca, muito discretamente, pois caso contrário é o estopim para o início de uma guerra de 100 anos entre o casal.
O “rebento” vai crescendo, você como marinheira de primeira viagem vai tentando se moldar a tantas novidades, e afinal de contas tudo o que vem daquela criatura absolutamente amável é delicioso de viver!
Só que a criaturinha absolutamente amável vai chegando na adolescência... e toda aquela amabilidade desaparece de repente dando lugar a uma rebeldia nunca antes vista. Nesse exato momento você parece vivenciar um pesadelo.
As antigas canções de ninar dão lugar a um alucinado rock and roll ao som estridente de guitarras e uma barulheira ensurdecedora que deixa todos os integrantes da casa em estado de surdez temporária e com fortes dores de cabeça. Isso sem contar quando seu filho resolve imitar seus excêntricos ídolos querendo tingir seus cabelos de vermelho ou azul, sem pensar que mais vai parecer uma arara numa gaiola de um zoológico tamanha excentricidade! Também resolvem meter pulseiras de couro com aspecto grotesco com pinos que mais parecem pregos da idade medieval tentando com isso mostrar uma agressividade que na maioria das vezes (por sorte) só existe em sua fértil imaginação, pois no fundo o seu “filho rockeiro” tem medo de dormir sozinho imaginando a presença de fantasmas por toda parte, quarto escuro? Nem pensar!
O que fazer para driblar tal situação? Vão algumas sugestões super básicas, ao estilo do rebelde “Elvis Presley”.
Em primeiro lugar “love me tender”
O rock se tornou a música número 1 tocada em sua casa? E quando seu filho entra no carro com toda família insiste em ouvi-la causando uma discussão interminável?
Acho que nessa hora o melhor a fazer é estipular regras: Rock? Ok, uma seleção de rock e outra da música de preferência dos demais.
Ele quer tingir os cabelos de vermelho? Tente deixar isso por um final de semana (use o velho truque de tingi-los com papel crepom), saí na primeira lavada...
Pulseiras de couro com aspecto super agressivo? Paciência...
Brincos? Piercings? O melhor é conversar bastante e tentar saber porque seu filho sente necessidade de chamar a atenção através desses artifícios...
Tatuagens? Elas agora são moda. Uma boa conversa ou milhares de boas conversas, talvez ajudem-no a entender que tais atitudes não podem ser vistas apenas como modismo, pois temos que assumi-las pro resto de nossas vidas.
Em último caso eu aconselho:
Ele quer rock? Entre no clima e cante com ele imaginando que toca uma guitarra ao melhor estilo “Janes Joplin”.
Ele quer ouvir uma música de rock dentro do carro em último volume? Tente entrar no clima...dura só alguns minutos, aproveite e grite junto isso deve ajudar a eliminar todas as toxinas e o estresse acumulado durante a semana...
Ele quer andar com camisetas “maltrapilhas” e calças rasgadas e tênis imundos? Ok...tudo bem, não importa o que as pessoas pensem...um dia ou outro se vestir assim não tem problema algum. Aproveite aquele dia que você acordou com a preguiça total e o acompanhe ao shopping no mesmo clima...camiseta, jeans, cabelo despenteado, e tudo bem! Entre no clima por algumas horas...talvez você consiga compreender tanta rebeldia junta!
Acho que nessa história toda tem o lado bom. Já imaginou você em plena adolescência querer agir desta forma? No mínimo levaria uma “surra” daquelas do seu pai! Pense que existe a liberdade de expressão e se o seu filho está podendo agir desta forma em casa com a família é porque ele deseja exprimir desejos, pensamentos e mostrar sua personalidade, o pior seria ele fazer tudo isso escondido de você!
No íntimo todos os filhos são iguais, e a adolescência é uma fase de transição na vida de todos nós. O que vale é você ao invés de dar o grito de guerra, tentar compreender, usar se for o caso de meditação transcendental ou budismo pra adquirir muita paciência! Recorrer a uma sessão de pajelança com algum cacique também pode ser uma boa pedida!
E evidentemente com uma paciência digna do povo oriental conduzi-los para o bem, pois tanto eu e você sabemos que embora os filhos adolescentes nos deixem completamente malucas por muitos dias e horas intermináveis, ao primeiro sinal de febre que eles possam ter, voltam a ser aquelas criaturas completamente indefesas pedindo proteção, e nós no infinito instinto maternal voltamos ao tempo os pegando no colo e prometendo dali pra frente ser mais paciente...

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